Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 28 de maio de 2010

[ 3 ] O lean (ou o Six Sigma) é muito mais do que ‘ferramentas’

É impressionante o número de relatos de implementação de esforços de melhoria (Lean, Six Sigma, Lean Six Sigma, Process Excellence, etc...) que se concentram na utilização das ferramentas.


Ferramentas? Quais ferramentas? Perguntarão alguns… Outros dirão: “E há outra forma?”. É comum que apareçam artigos a destacar a importância dos “Value Stream Maps”, “Process Maps”, SIPOC’s, Supermercados, 5S’s, entre outras das centenas de ferramentas de gestão que existem na “caixa”. Não é raro ouvir: “Para começar o ‘Lean’, primeiro faz-se um VSM (há quem lhe chame MIFA), e depois...”. Será???

Há ainda o síndrome das ferramentas: “tenho tantas... qual é que utilizo? Não interessa! Vamos por ordem alfabética!” Costumo dizer, aos meus interlocutores: “Para quem apenas tem um martelo, todo o ‘problema’ é prego!”. A reacção, geralmente, é a gargalhada geral – mas ainda há quem ponha as culpas na qualidade do martelo.

Na minha humilde opinião, um esforço de melhoria não nasce por acaso, nem daquilo que por aí se vê. Tem, forçosamente que nascer da forma como se pensa e da visão de futuro que se possa ter. Qualquer esforço de melhoria, nasce de um conjunto de regras e princípios, e não de um conjunto de ferramentas (na maior parte dos casos, disconexas e sem qualquer fio condutor que oriente na sua aplicação).

Sem dúvida que a utilização de ferramentas de melhoria, permite a resolução de um problema ou “endireitar” um determinado processo – em essência, mudanças físicas. Na verdade, a parte “leonina” da mudança está na cabeça das pessoas – acha que é à “martelada” que as vai obrigar a pensar de forma diferente? Na verdade só com novos princípios e regras conseguiremos alcançar a melhoria duradoura (ou ‘sustentável’, que está na moda) porque, se os velhos hábitos se mantiverem, pode ter a certeza que os velhos problemas voltarão à superfície (mais cedo ou mais tarde).

O que está a fazer para alterar os velhos paradigmas? Ainda haverá quem ‘ache’ que os problemas se resolvem por sorte? Ou à força?

2 comentários:

  1. Acho útil todos os comentários disponibilizados neste blog.
    Gostaria de referir apenas que "uma caminhada de 1000 milhas começa com um simples passo", Lao-Tsu.
    Isto para dizer que quando a jornada Lean se iniciar deveremos arrancar com a ferramenta em que sejamos fortes, seja 5's, VSM, ....etc. Bem ou mal deveremos fazer no entanto suportado por alguns aspectos que acho primordiais, e que são:
    - disciplina, rigor, nao ter medo de errar, open minded brains, .....
    Refiro o aspecto da disciplina, pelo facto de ter passado quase um ano da minha carreira profissional no Japão, em que constatei que nós Portugueses podemos ser tão bons ou melhores que os excelentes a partir do momento em que nos saibamos organizar de uma forma estruturada, baseada em factos e números.
    Isto tudo para dizer de uma forma resumida que concordo com a utilização de qualquer tipo de ferramenta para o arranque de uma jornada Lean, porque tem que se começar de alguma forma.
    Outros temas - Hoshin Kanri, relatórios em A3, Pareto, etc.

    Cumprimentos
    Adelino

    ResponderEliminar
  2. Obrigado pelo seu comentário.
    Estou de acordo, desde que "...de uma forma estruturada, baseada em factos e números."
    Esta última entrada vai muito no sentido de "avisar" acerca das cópias, utilizando indiscriminadamente as 'ferramentas' sem qualquer critério, apenas porque o X ou o Y fizeram e foi muito bom.
    Não obstante, as ferramentas têm utilidade e, quando bem aplicadas, são fulcrais para o desenvolvimento de novos hábitos.
    Em futuros 'posts' focarei os métodos e ferramentas que referiu.

    ResponderEliminar