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domingo, 11 de julho de 2010

[ 9 ] Não existem receitas mágicas

Uma receita diz-nos, exactamente, o que fazer – os ingredientes, as quantidades, a sequência e os tempos. Pois! Explicam o que fazer. Raramente explicam como fazer. É, mais ou menos, o que a vasta maioria da literatura sobre o tema “melhoria contínua” (ou seus sucedâneos) se propõe a fazer. Pior, ainda, é também a proposta da maioria dos “especialistas” (alguns, consultores).


É claro que se eu não souber cozinhar, não é uma receita que vai fazer a diferença. Imaginemos: não percebo nada de cozinha e quero fazer uma Caldeirada de Lulas. Começo a seguir a receita, com todo o cuidado. Faço tudo, tal e qual. Quase no final da confecção, alguém pergunta: “Então?! Está tudo bem? Precisas de Ajuda?”. Imaginem só se a minha resposta for: “Está mesmo quase! Está mesmo quase pronta! Podes só ensinar-me a fazer o refogado?”...

É quase como alguém afirmar que “já tenho o ‘Lean’ implementado nesta linha, mesmo a acabar nesta outra. Mas agora preciso da sua ajuda para 5S’s!!!”

Tenho repetido, inúmeras vezes, que os princípios da melhoria contínua são simples (se bem que contra-intuitivos, por vezes) e que as ferramentas não têm extraordinária complexidade. Mas, cada caso é um caso. Cada empresa inicia o seu caminho de melhoria e de mudança, de estados diferentes, de pressupostos e condicionantes diferentes e com pessoas diferentes. Por isso, não existe UMA receita para transformar a empresa, implementar mudanças que melhorem a eficácia e a eficiência.

Existem, isso sim, abordagens estruturadas, estratégias de implementação que permitem, ao longo do caminho, saber onde estamos e o que ainda temos que fazer. Desta forma estruturada, e utilizando algumas ferramentas de apoio, podemo-nos questionar sobre o que ainda nos constrange e planear os passos seguintes.

É útil observar outras empresas e os seus esforços de implementação, os seus sucessos e os seus tropeções. E se precisar de ajuda? Não hesite em procurá-la. Mas não ceda á tentação das cópias.

Na próxima semana, o último ‘post’ desta série centra-se exactamente sobre este tema: “Não copie – aprenda”.

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